31.5.14

Au revoir



I'm moving on
I hope you're coming with me (...)

Don't blame it on
Your shadows

Cause I know all
About you

Bentham

Bentham não faz de todo o meu género. Mas há momentos em o utilitarismo é uma filosofia de emergência, é o último reduto da dignidade. Procuro «o máximo bem-estar» apenas para que não me tratem abaixo de cão.

30.5.14

Peeping Böhm













Com A Janela Indiscreta e tantos outros Hitchcocks aprendi essa palavra de que os teóricos tanto gostam, a «escopofilia», o prazer da observação. E com o Peeping Tom de Michael Powell descobri a «escopofobia», o medo das imagens. E, é claro, a fobia não se distingue assim tanto do fascínio, é a outra face de uma obsessão: temos medo do que nos atrai e temos uma atracção pelo medo.

[Karlheinz Böhm, 1928-2014, o protagonista de Peeping Tom, 1960]

29.5.14

Quer acrescentar alguma coisa?

28.5.14

O LAGO CONSTANÇA: AVISO

Uma vez que os responsáveis do Cinema São Jorge mantiveram uma constante e incompreensível indisponibilidade para dar ao projecto O Lago Constança o mínimo apoio técnico exigível, o espectáculo está cancelado. Agradeço o convite feito por João Pombeiro, da Cabide. Agradeço o empenho dos actores Cristóvão Campos, Maya Booth e Teresa Tavares. Agradeço o contributo musical de Marcos Lázaro, cenográfico de Maria Azevedo, e coreográfico de Paula Careto. Lamento todo o trabalho em vão, e o descaso com que fomos tratados.

Farto de brincadeiras

27.5.14

Ameaçado

    É o amor. Tenho de esconder-me ou fugir.
    Os muros da prisão erguem-se como num sonho atroz. A bela máscara modificou-se, mas, como sempre, é a única. De que me servirão os meus talismãs: o exercício das letras, a vaga erudição, a aprendizagem das palavras que usou o áspero Norte para contar seus mares e suas espadas, a serena amizade, as galerias da Biblioteca, as coisas comuns, os hábitos, o jovem amor da minha mãe, a sombra militar dos meus mortos, a noite intemporal, o sabor do sonho?
    Estar contigo ou não estar contigo é a medida do meu tempo.
    Já o cântaro se quebra na fonte, já o homem se levanta ao ouvir os pássaros, já escurecem aqueles que estão às janelas, mas a sombra não lhes trouxe paz nenhuma.
   É, bem sei, o amor: a ansiedade e o alívio de ouvir a tua voz, a espera e a memória, o horror de viver sucessivamente.

   É o amor com as suas mitologias, com as suas pequenas magias inúteis.
   Há uma esquina onde não me atrevo a passar.
  Estou cercado de exércitos, hordas.
  (Este quarto é irreal; ela nunca o viu.)
  Denuncia-me o nome de uma mulher.
  Há uma mulher que me dói no corpo todo.


[Jorge Luis Borges, «El amenazado», de El Oro de los Tigres, 1972, versão PM]

Kundera ou a anedota

A minha quarta coluna no novo Expresso diário [requer registo prévio].

Parece demasiado severo qualificar o quarto romance francês do checo Milan Kundera, «A Festa da Insignificância» (edição Gallimard, 2014), como insignificante; mas não é injusto dizer que é uma anedota. Kundera, um nobelizável devidamente canonizado no papel-bíblia da Pléiade, sempre gostou de anedotas, e defendeu sempre as raízes cómicas da ficção, do “Quixote” e de Diderot ao humor negro de Kafka e às ironias sofisticadas de Robert Musil. Uma infinidade de tons e meios-tons que incluem a zombaria, o grotesco, o mordaz e o absurdo.

Europeu de Leste, dissidente de um país da esfera comunista, Kundera, por necessidade trágica, cultivou o humor como arma de defesa e signo de liberdade: o seu primeiro romance, «A Brincadeira» (1967), contava a história de um estudante que arranja problemas com as autoridades por causa de uma anedota: «o optimismo é o ópio do povo». E lembramo-nos logo do que aconteceu ao enorme poeta russo Mandelstam, que por causa de uns versos em que gozava com Estaline foi deportado para a Sibéria, morrendo a caminho de um campo de concentração.

Estaline é justamente uma personagem de «A Festa da Insignificância», um Estaline divertido e cruel, que decide rebaptizar Könisgberg, capital da Prússia, a cidade de Kant, como «Kaliningrado», nome de um dos seus apaniguados mais fiéis, Mikhail Kalinin. É que este sofria de problemas da próstata, e suportava estoicamente as longas reuniões com o tirano sem ir à casa de banho, mesmo que fizesse nas calças. O Estaline de «A Festa da Insignificância» acha essa atitude admirável de tão servil, e recompensa Kalinin com a desproporcionada toponímia. (...)

26.5.14

O Lago Constança




















Locais de venda: Cinema São Jorge, Ticketline (www.ticketline.sapo.pt), Fnac, Worten, El Corte Inglés, C.C. Dolce Vita, Casino Lisboa, Galerias Campo Pequeno, Ag. Abreu, A.B.E.P., MMM Ticket e C.C. Mundicenter e U-Ticketline.

A liberdade dos antigos e dos modernos

ADOLFO: Fico mais seis meses.

LEONOR: Está a transmitir-me essa notícia em tom demasiado seco.

ADOLFO: É que receio muito, confesso-o, as consequências deste adiamento, tanto para um como para outro.

LEONOR: Julgo que, pelo menos para si, não são particularmente desagradáveis.

ADOLFO: Sabe muito bem, Leonor, que nunca é comigo que estou mais preocupado.

LEONOR: Mas também não é com a felicidade dos outros. Enganou-me, alimentou por mim um interesse passageiro; colocou-me, aos olhos do público, numa situação equívoca.

ADOLFO (para o público): Lamentei-me da minha vida em permanente constrangimento, da minha juventude consumida na inacção, do despotismo que ela exercia sobre os meus passos. Assim vivemos ainda mais quatro meses.

[a partir do romance Adolfo (1816), de Benjamin Constant, na tradução portuguesa de Maria José Marinho, edição Relógio D'Água]











[os actores Teresa Tavares, Cristóvão Campos e Maya Booth]

25.5.14

Jus sanguinis

Um hipotético filho de uma tia minha que viva no Uruguai será sempre meu primo, ainda que eu nunca o tenha conhecido; enquanto que o meu melhor amigo não se torna, por esse facto, da minha família. Não são escolhas: são evidências. Quando sou apresentado a pessoas de quem gosto, também é assim: percebo de imediato quais são os colegas de carteira e quais os parentes de sangue, e sobre isso nunca haverá a mais pequena dúvida.

24.5.14

Untwitter

I would like to stress that I do not have either a Twitter or a Facebook account. I gather that a Twitter account has been opened in my name (...). I do not know who has opened this recent Twitter account, but please be aware that it is bogus. That's, of course, if you should remotely care. Untwitterably yours, MORRISSEY.

23.5.14

De um modo romanesco

Eu dizia-lhe que se podia viver de um modo «romanesco», mesmo que se vivesse em vão, porque o romanesco como que supria o «em vão», noção de que ela sensatamente discordava. Podia ter-lhe contado a história de Philippe Vilain.

Philippe ficou fascinado com o episódio da monitora da colónia de férias e do rapazinho judeu, personagens de L’Été 80, um dos livros mais cativantes de Marguerite Duras (crónicas? memórias? ficções? devaneios?). O rapaz de L’Été 80 era ainda uma criança, como Philippe em 1980. Estava fascinado pela monitora, e ela, prudente e suave rapariga, marcou um «encontro» para dali a uns bons anos, quando ele fosse crescido, quando fosse, digamos, da idade dela.

O encontro teria lugar a 30 Julho de 1992. Isto em Trouville, uma praia normanda, na Rue de Londres, à meia-noite. Nessa data, a essa hora, Philippe Vilain compareceu em Trouville, na Rue de Londres. E ficou à espera desse encontro, um encontro vagamente combinado numa ficção esquiva. Esperava o quê? Uma mulher, uma história, qualquer coisa. Mas não apareceu ninguém, não aconteceu nada.

Mais tarde, escreveu um ensaio sobre essa experiência: «Não sei se fiquei desiludido que não estivesse lá ninguém, que nenhuma mulher tenha tido a mesma fantasia do que eu, ou se, no fundo, fraco consolo, eu não estava orgulhoso de ter sido o único a comparecer àquele encontro (...). Tinha vinte e três anos. Queria viver de um modo romanesco».

Eu podia ter-te contado a história de Philippe, da monitora e do rapazinho. E até a tua sensatez se comoveria um nadinha, apenas o bastante para eu notar, como um consolo tardio e precioso.

22.5.14

Imagem e linguagem

É sempre assim: uma idealização que se faz na imagem e se desfaz na linguagem.

21.5.14

Da infâmia

Logo há infâmias em Oeiras.

20.5.14

Museu da inocência

A minha terceira coluna no novo Expresso diário [requer registo prévio]

«O Museu da Inocência» (2008) [tradução portuguesa Presença], romance pós-Nobel do turco Orhan Pamuk, não é um livro-jogo: é um livro-museu. Pamuk contou que, muitos anos antes de escrever o livro, conheceu um príncipe otomano, desapossado dos seus títulos e bens, e que trabalhava como guia turístico do palácio onde tinha vivido. Esse episódio deu ao ficcionista a ideia de um romance que fosse um museu, um museu vivo e comovente. Não queria histórias de príncipes mas de turcos anónimos, ainda que, geralmente, das classes médias-altas, aquelas que ele conhece bem. Então, durante anos, Pamuk coleccionou objectos, «verdadeiros objectos de um registo ficcional», coisas reais que ele comprava em lojinhas poeirentas e em feiras da ladra, e que seriam como que adereços de um romance futuro, que ele imaginou como um dicionário enciclopédico, ou um catálogo comentado, embora no final fosse sobretudo a história de uma obsessão: a de Kemal pela sua prima afastada Fusun, entre amores, afastamentos e recordações. (...)

19.5.14

Over and over and over and over

O antónimo

Ele quer viver a vida como se a palavra «orgulho» não tivesse um antónimo: mas não consegue virar uma esquina sem notar que o antónimo está à espreita e à espera.

Uma nulidade

Às vezes não queremos a opinião de quem nos aconselha, não queremos a opinião que de facto nos dão, queríamos uma diferente, mais amena. E discutimos, desmentimos, recusamos. Os conselhos podem ser verdadeiros e benéficos; mas é humilhante admitir erros, defeitos, fiascos. Como um oráculo fiável que dissesse: «reconhece a tua nulidade».

Valer a pena

- He's saying he can hear a noise.
- What noise? That's just the guests laughing about all the things that make life worth living.
- He's saying it's not the guests.


[Martin Crimp, Fewer Emergencies, 2005]

18.5.14

And if the water should cut my line

17.5.14

Cabide

CABIDE, A REVISTA AO VIVO
29 de Maio a 1 de Junho
Cinema São Jorge, Lisboa

Pedro Rosa Mendes, Gonçalo M. Tavares, Pedro Mexia, Tiago Rodrigues, Carlos Vaz Marques, Maria Filomena Mónica, Carla Hilário Quevedo, João Fazenda e João Miguel Tavares são alguns dos principais colaboradores do primeiro número da Cabide, que acontece no Cinema São Jorge, de 29 de Maio a 1 de Junho.

Dirigida pelo jornalista João Pombeiro e pelo designer Luís Alegre, a Cabide lança, na sua capa, a pergunta que marca a actualidade: «Saberemos tomar conta de nós?».

As respostas podem ser encontradas na entrevista de Carlos Vaz Marques a Eduardo Lourenço, no ensaio de Pedro Rosa Mendes («Saída limpa, Portugal na lama»), na conferência de Gonçalo M. Tavares («É preferível um anjo a uma pedra»), na «carta de despedida à troika» do encenador Tiago Rodrigues, nos debates sem moderação entre Maria Filomena Mónica e Miguel Pinheiro, Joaquim Vieira e João Miguel Tavares e Onésimo Teotónio Almeida e Miguel Real ou nas «as palavras em crise» de Carla Hilário Quevedo.

Mas há mais respostas: a estreia do documentário «Othon», realizado por Guillaume Pazat e Martim Ramos, as ilustrações originais de João Fazenda, Alex Gozblau e Nuno Saraiva, a instalação-vídeo de Miguel Palma e Luís Pedro Cabral, o DJ set de Joaquim Albergaria, os desenhos dos Urban Sketchers, as «histórias para Xerazade», com a presença dos jornalistas do projecto de cinema «As Mil e Umas Noites, de Miguel Gomes, e uma manhã infantil muito especial para celebrar o Dia Mundial da Criança (patrocinada pela Missão UP, um projecto educativo da Galp Energia), com destaque para um concerto da banda Galo Gordo.

A Cabide orgulha-se ainda de receber a estreia da «Terra do Som», mostra internacional de rádio organizada pela editora BOCA (www.boca.pt/terra-do-som.html).
Este primeiro número da Cabide tem um preço de 9,99€

Mas tal como as melhores revistas, a Cabide também prepara dois «extras» de alto valor acrescentado: a peça «O Lago Constança», encenada por Pedro Mexia e com interpretação de Cristóvão Campos, Maya Booth e Teresa Tavares (7,5€), e o concerto de abertura dos You Can´t Win Charlie Brown (8,5€).


Informação completa em:
cabide.sapo.pt (programação e horários)
facebook.com/revistacabide (já com mais de 8500 fãs)
vimeo.com/revistacabide (vídeos originais Cabide)

Locais de venda: Cinema São Jorge, Ticketline (www.ticketline.sapo.pt), Fnac, Worten, El Corte Inglés, C.C. Dolce Vita, Casino Lisboa, Galerias Campo Pequeno, Ag. Abreu, A.B.E.P., MMM Ticket e C.C. Mundicenter e U-Ticketline.

16.5.14

Uma luz

Verdadeira herança

What thou lovest well remains,
the rest is dross
What thou lov'st well shall not be reft from thee
What thou lov'st well is thy true heritage...


Ezra Pound, Canto LXXXI

Votos

E na saúde ou na doença, na alegria como na tristeza. Ou é isto, ou não vale nada.

15.5.14

Que las hay



Uma, duas, três, quatro, cinco, seis, sete, oito. Não é uma maldição: é o método experimental.

14.5.14

In a lonely place

É uma espécie de paráfrase cinzenta do que diz Bogart em In a Lonely Place: nasci quando nos falámos, morri naquele encontro, vivi umas semanas enquanto nos imaginei.

Esta máquina não



This machine will, will not communicate
These thoughts and the strain I am under

13.5.14

Para fora do tempo

Um coração «silencioso e estranho», como no poema da Bachmann: «e o seu bater / é já a sua queda para fora do tempo».

Opus seis



Jóquei, livro de estreia de Matilde Campilho, é o sexto título da colecção de poesia da Tinta-da-china.

Hipótese académica

A minha segunda coluna no novo Expresso diário [requer registo prévio].

Fez agora um mês, um Imortal substituiu outro, que, contrariando o seu estatuto, faleceu. Na cadeira 21 da Academia Francesa, antes ocupada pelo escritor Félicien Marceau, sentar-se-á em breve o filósofo e ensaísta Alain Finkielkraut, de 64 anos. A eleição de 1 de 40 sábios enfarpelados e abotoados de verde, com espada à ilharga, não parece um assunto tormentoso. Mas a escolha de Finkielkraut fez cair o Carmo e a Trindade, ou antes, os Campos Elísios e o Jardim do Luxemburgo: segundo alguma imprensa gaulesa, trata-se de um perigoso «reaccionário», categoria aparentada a «pedófilo» no dicionário dos vitupérios contemporâneos. (...)

Sobre o teatro de marionetas

O esforço é frustrante mas o automatismo é belo, é o que diz Kleist no seu ensaio sobre as marionetas, máquinas perfeitas porque a consciência não as condiciona.

11.5.14

Esta tua porta

É a parábola de Kafka ao contrário: esta porta apenas existe por tua causa, não é a porta de mais ninguém, e nunca se há-de fechar enquanto não a encontrares, enquanto não passares por ela, enquanto não fizeres dela a tua porta.

10.5.14

Bastava o nome




















[a partir de dia 15, nova morada: Av. Óscar Monteiro Torres, n° 13, B, Campo Pequeno]

8.5.14

Uma invenção discursiva

Avisa-me de que se trata de uma «invenção discursiva». Mas quase tudo é apenas isso: linguagem e fantasia.

6.5.14

Os quatro grandes

A minha primeira coluna no novo Expresso diário [requer registo prévio].

Dificilmente se encontra uma nação europeia com um historial mais trágico do que a Polónia, país invadido, ocupado e oprimido por diferentes potências, dos exércitos napoleónicos aos nazis e aos comunistas. E, no entanto, uma característica notória de alguma poesia polaca, aliás uma das mais vigorosas do Leste, é o seu humor. Um humor centro-europeu, escuro e insólito. 
Dos chamados «quatro grandes» da poesia polaca do pós-guerra, só Czeslaw Milosz não pode ser identificado com uma poética de cunho irónico, dado a sua inclinação católico-meditativa; em contrapartida, Wislawa Szymborska construía os poemas como silogismos facetos; e Zbigniew Herbert inventou uma personagem poética, o Senhor Cogito, que funcionava como voz cómico-especulativa. O quarto dos grandes, e o último a deixar-nos, chamava-se Tadeusz Rózewicz, e era conhecido pelo gosto de despoetizar o poético, como se o poema não devesse viver acima das suas possibilidades retóricas e metafísicas, e fosse afinal um artefacto quotidiano, entendível, inquisitivo, memorável. (...)

Jovem e bela



Jeune et Jolie tem Marine Vacth, um milagre de luminosa melancolia, tem a frieza elíptica de Ozon, a sua malícia homossexual sobre o mundo hetero, tem a homenagem a Buñuel. Falta apenas a fantasia, coisa estranha quando se trata de adolescentes, sexualidade, prostituição, falta apenas pormos em causa, como nos outros Ozons, o falso e o verdadeiro, o acontecido ou o inventado. É como se a elegância impedisse que a perturbação se tornasse perversão.

Larkin

Quando o Larkin diz «which was rather late for me», que função cumpre esse «rather»: é uma afectação bem-educada, um eufemismo ou uma tentativa de optimismo pessimista?

5.5.14

De Vita Beata



Falei-lhe da cena final do Dolce Vita, da beleza daquele desamparo, porque ela não temia que isso fosse uma contradição.

O tempo e o modo

O condicional é um tempo ou um modo? E que diferença é que isso faz na tua cabeça?

AMPC

3.5.14

O Lago Constança

O primeiro número da revista Cabide já está à venda, bem como os bilhetes para o concerto de abertura da banda You Can't Win, Charlie Brown e para a peça O Lago Constança. Bilhetes à venda no Cinema São Jorge, no site da Tickeline (www.ticketline.sapo.pt) e nos seus habituais postos de vendas: Fnac, Worten, El Corte Inglés, C.C. Dolce Vita, Casino Lisboa, Galerias Campo Pequeno, Ag. Abreu, A.B.E.P., MMM Ticket e C.C. Mundicenter e U-Ticketline.