A liberdade dos antigos e dos modernos
ADOLFO: Fico mais seis meses.
LEONOR: Está a transmitir-me essa notícia em tom demasiado seco.
ADOLFO: É que receio muito, confesso-o, as consequências deste adiamento, tanto para um como para outro.
LEONOR: Julgo que, pelo menos para si, não são particularmente desagradáveis.
ADOLFO: Sabe muito bem, Leonor, que nunca é comigo que estou mais preocupado.
LEONOR: Mas também não é com a felicidade dos outros. Enganou-me, alimentou por mim um interesse passageiro; colocou-me, aos olhos do público, numa situação equívoca.
ADOLFO (para o público): Lamentei-me da minha vida em permanente constrangimento, da minha juventude consumida na inacção, do despotismo que ela exercia sobre os meus passos. Assim vivemos ainda mais quatro meses.
[a partir do romance Adolfo (1816), de Benjamin Constant, na tradução portuguesa de Maria José Marinho, edição Relógio D'Água]
[os actores Teresa Tavares, Cristóvão Campos e Maya Booth]
LEONOR: Está a transmitir-me essa notícia em tom demasiado seco.
ADOLFO: É que receio muito, confesso-o, as consequências deste adiamento, tanto para um como para outro.
LEONOR: Julgo que, pelo menos para si, não são particularmente desagradáveis.
ADOLFO: Sabe muito bem, Leonor, que nunca é comigo que estou mais preocupado.
LEONOR: Mas também não é com a felicidade dos outros. Enganou-me, alimentou por mim um interesse passageiro; colocou-me, aos olhos do público, numa situação equívoca.
ADOLFO (para o público): Lamentei-me da minha vida em permanente constrangimento, da minha juventude consumida na inacção, do despotismo que ela exercia sobre os meus passos. Assim vivemos ainda mais quatro meses.
[a partir do romance Adolfo (1816), de Benjamin Constant, na tradução portuguesa de Maria José Marinho, edição Relógio D'Água]
[os actores Teresa Tavares, Cristóvão Campos e Maya Booth]