Último dos últimos
Desonrada e desamparada, a menina Júlia decidiu morrer, mas vem-lhe à ideia uma dúvida teológica. Logo a ela que, aparentemente, não acredita no outro mundo. Disseram-lhe que os ricos dificilmente entram no Reino do Céus. E que os últimos são os primeiros, e os primeiros últimos. E ela, que é rica, fica angustiada com isso. Pergunta se não há hipóteses de os primeiros se salvarem também. Isso não lhe posso garantir, diz o criado, mas a menina Júlia já não pertence aos primeiros, diz ele: depois do que fez, pertence aos últimos dos últimos.