8.316
Achei o Her de Spike Jonze um desperdício: uma distopia engenhosa estragada pelo sentimentalismo e a inabilidade narrativa. Mas fez-me impressão este diálogo entre Joaquin Phoenix e um programa de computador com a voz de Scarlett Johansson, talvez porque reproduzia um outro diálogo (mais humano?) que nunca aconteceu, mas que eu imaginei várias vezes:
THEODORE: Do you talk to someone else while we're talking?
SAMANTHA: Yes.
THEODORE: Are you talking with someone else right now? People, OS [operating systems], whatever...
SAMANTHA: Yeah.
THEODORE: How many others?
SAMANTHA: 8,316.
THEODORE: Are you in love with anybody else?
SAMANTHA: Why do you ask that?
THEODORE: I do not know. Are you?
SAMANTHA: I've been thinking about how to talk to you about this.
THEODORE: How many others?
SAMANTHA: 641.
Fez-me impressão porque não é ficção científica. É o nosso tempo, de igualitarismo afectivo e emoções fugazes e fungíveis. Um tempo que não quero, a que não pertenço, um tempo que detesto.
THEODORE: Do you talk to someone else while we're talking?
SAMANTHA: Yes.
THEODORE: Are you talking with someone else right now? People, OS [operating systems], whatever...
SAMANTHA: Yeah.
THEODORE: How many others?
SAMANTHA: 8,316.
THEODORE: Are you in love with anybody else?
SAMANTHA: Why do you ask that?
THEODORE: I do not know. Are you?
SAMANTHA: I've been thinking about how to talk to you about this.
THEODORE: How many others?
SAMANTHA: 641.
Fez-me impressão porque não é ficção científica. É o nosso tempo, de igualitarismo afectivo e emoções fugazes e fungíveis. Um tempo que não quero, a que não pertenço, um tempo que detesto.