Uma chávena
Não me lembrava destes ferozes versos de Lunch Poems: «when the tears of a whole generation are assembled / they will only fill a coffee cup». Já não estamos no «I have measured out my life with coffee spoons» de Eliot: não são as colheres de café que medem a vida de um homem, mas as chávenas de café que contêm as escassas lágrimas de uma geração. Quando, há quase vinte anos, li o poema de Frank O'Hara, não acreditava decerto que isto pudesse ser verdade: que uma geração, a minha geração, não chorasse lágrimas suficientes para encher uma chávena. Hoje, creio que nunca chorará o suficiente para encher uma colher. É a medida da sua infelicidade.