Vega
«Talvez se lembrem de que toquei esta canção no concerto de há vinte e cinco anos», diz-nos Suzanne Vega, antes de «Ironbound», a odisseia que atravessa Newark e menciona as «Portuguese women». Eu lembro-me bem desse concerto de há vinte e cinco anos, vinte e quatro, para ser exacto, eu tinha dezassete, era o meu primeiro concerto, e estava «apaixonado». Solitude Standing foi o primeiro álbum que me fascinou e entristeceu por motivos estético-biográficos, lembro-me de chegar a casa e de o ouvir vezes sem conta na primeira aparelhagem que tive. E hoje, por mero acaso, no mesmo dia do concerto, reencontrei essa rapariga de há vinte e quatro anos, que agora não é uma «rapariga» mas uma quarentona como eu, e que aliás nunca gostou da Vega.