Riso e esquecimento (3)
O narrador esboça uma teoria baseada num termo autóctone: «Litost é uma palavra checa intraduzível noutras línguas. A primeira sílaba, que se pronuncia longa e acentuada, faz lembrar o queixume de um cão abandonado». Litost, explica, «é um estado tormentoso que nasce do espectáculo da nossa própria miséria subitamente descoberta». A única coisa que mitiga essa miséria é o amor, mas o amor que não ambiciona a identidade absoluta de duas pessoas, quer dizer, o amor entre adultos.