21.2.14

O ridículo não mata

O ridículo mata? Não é verdade: mói mas não mata. Talvez a humilhação pública e continuada acabe em tragédia, mas o ridículo tem uma dimensão benéfica. Chamamos ridículo ao gozo a que se expõem os insensatos, quer dizer, os que contrariam a lógica ou a evidência. Um anão que queira jogar basquete arrisca-se ao ridículo. Ou um analfabeto que tente entender Jung. Isto é básico, e benévolo, porque reforça o princípio da realidade. O ridículo é desagradável mas útil. Não é uma infâmia mas um boletim meteorológico.