15.10.13

Peste emocional

«Você contagiou-me da sua inquietação e desassossego, Nastenka, até ao ponto de me ter esquecido do tempo» - diz o herói das Noites Brancas, o noivo dessa cidade boreal e cujos cantos estranhos o sonhador percorre em idílio profundo. «Nunca estará só» - diz-lhe Nastenka, como despedida. Essa é a prova do amor incorrupto, o legado dum coração que nem é fiel, nem desiludido. É apenas um coração humano (...).

[Agustina, «Dostoievski e a Peste Emocional», em Contemplação Carinhosa da Angústia, 2000]