15.10.13

Cinco ou seis segundos

Os «cinco ou seis segundos» de harmonia de que fala Kiríllov: «Não é uma coisa terrena; não quero dizer que seja celeste, mas apenas que o homem, na sua forma terrena, não a pode suportar. Precisa de mudar fisicamente ou morrer. É um sentimento claro e irrefutável. Como se de repente sentíssemos toda a natureza e disséssemos: sim, é verdade». E o outro responde-lhe: «Tenha cuidado Kiríllov, tenho ouvido dizer que é assim que começa a epilepsia».

[Os Demónios (1872), tradução de António Pescada, Relógio D'Água]