15.1.13

Que farei quando tudo arde?



Impressionou-me o vídeo de Reynold Reynolds e Patrick Jolley, que vi no MOMA. O quotidiano interessa-me e o fogo fascina-me, mas a ideia de um fogo que consome o quotidiano é um achado. Em Burn (2002), as vidas individuais são devoradas pelas chamas, mas as «personagens» continuam com os mesmos gestos e hesitações do costume, o fogo é como que um efeito especial que não os distrai dos seus dramas. É o fim do nosso mundo, e não o fim do mundo, que nos angustia. Deitando fogo à realidade, uma das «personagens» de Burn não destrói nada, apenas sublinha o ensimesmamento benéfico ou evitável dos humanos, que são já pó e cinzas, antes mesmo de qualquer fogo.