tag:blogger.com,1999:blog-46713319106893933842024-02-20T02:12:39.831+00:00MalparadoUnknownnoreply@blogger.comBlogger805125tag:blogger.com,1999:blog-4671331910689393384.post-47711667277508465842015-03-11T09:08:00.003+00:002015-03-11T09:08:30.137+00:00MalparadoMalparado 2012-2015.Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4671331910689393384.post-40120515146074510692015-03-11T09:07:00.002+00:002015-03-11T09:07:20.942+00:00IndesculpávelPor vezes, damos de caras com o indesculpável. Por vezes, somos nós o indesculpável. Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4671331910689393384.post-35771600804831890182015-03-11T09:04:00.000+00:002015-03-13T02:35:26.004+00:00Cães presos<i>É possível que este cão preso ladre<br />
às estrelas que o aturdem como se fossem sinais<br />
e que esteja a uivar a quem o deixou de vigia<br />
a ninguém, numa casa abandonada.<br />
<br />
Os vizinhos queixam-se porque não conseguem dormir,<br />
ouvir telefonia ou lavar os automóveis.<br />
<br />
Enquanto isso eu imagino que ele tem caninos azuis<br />
como o amor ou a morte, e imagino-o altivo<br />
como alguns homens, como tantos cães.<br />
<br />
Porque o seu ruido tem algo de delicada insensatez<br />
e de agonia, e esse som acompanha-me e persegue-me.<br />
Porque o seu latido impõe-se sobre as vozes<br />
desafinadas e rançosas das pessoas<br />
misturadas como no fundo de uma panela.<br />
<br />
E porque é possível que eu esteja preso também,<br />
mas sem convicção para ladrar e uivar<br />
agora que sinto finalmente que me deixaram sozinho<br />
vigiando uma luz quase desabitada.</i><br />
<br />
[Néstor Mux, n. 1945, Argentina, versão PM]<br />
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4671331910689393384.post-51595177551251523242015-03-02T18:50:00.000+00:002015-03-02T18:50:46.930+00:00Um ritmo binárioLembrei-me da expressão de Proust: «<i>(...) ce rythme binaire qu'adopte l'amour chez tous ceux qui doutent trop d'eux-memes (...)</i>». Mas como impedir esse «ritmo binário» sem acabar inadvertidamente com todo e qualquer ritmo, como se fosse um motor desmontado por um inábil?Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4671331910689393384.post-71042220828438683432015-03-01T21:23:00.001+00:002015-03-02T18:52:11.035+00:00Rios de sugestão<iframe width="420" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/msWi0c4tHV8" frameborder="0" allowfullscreen></iframe><br />
<br />
<i>These rivers of suggestion are driving me away<br />
The ocean sang, the conversation's dimmed</i>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4671331910689393384.post-46975480579595839722015-03-01T21:13:00.000+00:002015-03-01T21:13:06.054+00:00LugarHá quem se ponha no meu lugar. E quem me diga: «põe-te no teu lugar».Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4671331910689393384.post-26603428235524530682015-03-01T00:42:00.001+00:002015-03-01T00:43:38.492+00:00Roman / romain<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-t2U8NH8M5ag/VPJgUVVINiI/AAAAAAAAEG0/A6sJjmOcgTY/s1600/rtg.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-t2U8NH8M5ag/VPJgUVVINiI/AAAAAAAAEG0/A6sJjmOcgTY/s1600/rtg.jpg" height="300" width="400" /></a></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4671331910689393384.post-25038237896819498332015-02-26T01:39:00.002+00:002015-02-27T01:32:24.712+00:00Amanhã depois da batalha <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-dcN2i89fUUA/VO_I0VtlD4I/AAAAAAAAEGU/TO7K-ZV15JA/s1600/th.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-dcN2i89fUUA/VO_I0VtlD4I/AAAAAAAAEGU/TO7K-ZV15JA/s1600/th.jpg" /></a></div>
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Em matéria de consolo após a batalha, o meu limite foi sempre o mesmo: não chamar Austerlitz a Waterloo.Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4671331910689393384.post-21584775698702860672015-02-25T20:58:00.002+00:002015-02-26T01:21:12.874+00:00Padrão-ouroAchou que a moeda devia ser convertível. E que o valor da moeda tinha como referência uma quantidade de ouro definida e certa, embora invisível. Passou por muitas angústias monetárias, algumas divertidas, outras nem tanto. Até que um dia estabeleceu que não havia paridade, que não havia conversão, que talvez não houvesse ouro nenhum. Ou que, havendo, não valia nada. Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4671331910689393384.post-11638425891162700192015-02-24T02:24:00.002+00:002015-02-24T02:24:42.528+00:00Cada um para a sua<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/UhdeudEZzeI" width="400"></iframe><br />
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«<i>We swoop down below the clouds / Destination unknown / And then she says / ´Let's go home’</i>». Cada um para a sua.Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4671331910689393384.post-18678227731891742802015-02-24T00:08:00.000+00:002015-02-24T01:42:22.548+00:00Um ídolo mudoHabacuc chega à boca de cena e diz: «Pode o ídolo ensinar? Eis que está coberto de ouro e prata, mas dentro dele não há nenhum sopro de vida. De que serve um ídolo, para que um artista se dê ao trabalho de o esculpir? De que serve uma imagem de metal, um mestre de mentiras, para que o artista nela confie e continue fabricar ídolos mudos?». E eu, que procurava solução em magias modernas, encontro esta de bom uso e com 27 séculos.Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4671331910689393384.post-64260188198844893212015-02-23T23:44:00.001+00:002015-02-24T01:40:28.369+00:00Conselho póstumoDaria apenas um conselho póstumo à minha própria juventude: o que parece, é. Podia acrescentar «e a excepção confirma a regra», mas nunca encontrei excepção nenhuma. Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4671331910689393384.post-69719819782320728702015-02-23T02:17:00.001+00:002015-02-24T13:39:05.719+00:00Uma vã empresa<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcaF-U_Y0FxrnfmeYREne2YpT72Y_uG37CA0nWcPUjJJ74Xsy97RdUub2kw2pDaommMexLNQO_bTBt9r_PW3XiZ8FI3iPDUccaWxr3Aroue0WSWzerhqS5fLOpRzU1UUus0f3zggVkmVs/s1600/Coleridge.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcaF-U_Y0FxrnfmeYREne2YpT72Y_uG37CA0nWcPUjJJ74Xsy97RdUub2kw2pDaommMexLNQO_bTBt9r_PW3XiZ8FI3iPDUccaWxr3Aroue0WSWzerhqS5fLOpRzU1UUus0f3zggVkmVs/s320/Coleridge.jpg" /></a><br />
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Em crise conjugal, e em «crise de versos», Coleridge dirige-se a uma mulher que não a sua esposa, chamada Sara Hutchinson. Mais do que um poema de amor, é um poema que exprime a incapacidade de expressão, o inexprimível, a impossibilidade de a expressão exprimir alguma coisa:<br />
<br />
<i>A grief without a pang, void, dark, and drear, <br />
A stifled, drowsy, unimpassioned grief, <br />
Which finds no natural outlet, no relief,<br />
In word, or sigh, or tear - <br />
O Lady! in this wan and heartless mood (...) </i>. <br />
<br />
A catarse inatingível descrita no poema não impediu a catarse que é o poema. Mas também podemos formular isso às avessas: a catarse que é o poema não eliminou a incapacidade de catarse. Essa que Coleridge lamenta, incapaz e triste, cansativo para todos, excepto para os seus poemas: <br />
<br />
<i>My genial spirits fail;<br />
And what can these avail<br />
To lift the smothering weight from off my breast?<br />
It were a vain endeavour,<br />
Though I should gaze forever<br />
On that green light that lingers in the west:<br />
I may not hope from outward forms to win<br />
The passion and the life, whose fountains are within.</i><br />
<br />
[Coleridge, «Dejection: An Ode», 1802]Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4671331910689393384.post-69947630457693934662015-02-19T17:39:00.000+00:002015-02-19T17:39:01.302+00:00Um secundárioComo aquele actor que só a meio do segundo acto percebeu que fazia uma personagem secundária.Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4671331910689393384.post-27139710511206866832015-02-19T01:24:00.002+00:002015-02-19T01:24:48.828+00:00Para ter a certeza<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5MkfwUB1bfwWQlhPIyhPRPXiaDI9LJ_xbQMPCegTCFSg07BHNVRTN7Enaw4ycS2_qTebviQE3H_Te6ShpHNfZntfFST_hyphenhyphen4Lv3IG-jiMGvGBseCyYShucPrPqew7JNZYUGWewsoP7fMs/s1600/I+never+make+the+same+mistake+twice.+I+make+it+like+five+or+six+times+you+know+just+to+be+sure.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5MkfwUB1bfwWQlhPIyhPRPXiaDI9LJ_xbQMPCegTCFSg07BHNVRTN7Enaw4ycS2_qTebviQE3H_Te6ShpHNfZntfFST_hyphenhyphen4Lv3IG-jiMGvGBseCyYShucPrPqew7JNZYUGWewsoP7fMs/s1600/I+never+make+the+same+mistake+twice.+I+make+it+like+five+or+six+times+you+know+just+to+be+sure.jpg" height="270" width="400" /></a></div>
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4671331910689393384.post-26793302498887755502015-02-19T01:10:00.000+00:002015-02-19T01:11:09.475+00:00CategoriasSem nenhuma ferocidade, meio distraída até, ela percebeu que a humilhação era indispensável, uma humilhação por bem, e enunciou categorias de homens como se debitasse um texto, como se fosse uma actriz cansada, ou um árbitro à espera de uma desistência.Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4671331910689393384.post-55761332252088496972015-02-18T00:07:00.000+00:002015-02-18T00:13:55.378+00:00Queria lembrar a gerência<i>Queria lembrar<br />
a gerência<br />
que as bebidas estão aguadas<br />
e que a rapariga do bengaleiro<br />
tem sífilis<br />
e que a banda é formada<br />
por antigos torcionários nazis<br />
Porém como é<br />
véspera de Ano Novo<br />
e tenho cancro da boca<br />
vou pôr o meu<br />
chapéu de papel no meu<br />
crânio e dançar.</i><br />
<br />
[Leonard Cohen, versão P.M.]Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4671331910689393384.post-77018449374666465792015-02-17T23:39:00.000+00:002015-02-17T23:40:38.546+00:00Leituras desmoralizadorasGostava era de poder mudar as minhas leituras juvenis, ou pós-juvenis. Porque eu, basbaque, lia Hölderlin, que é o manicómio das grandes esperanças; e ao longo dos anos nunca encontrei Hölderlin em lado nenhum, excepto nos poemas de Hölderlin. Parece-me hoje que um espírito jovem ganharia mais com leituras atempadas de Darwin aos dias pares e Nietzsche aos ímpares, leituras <i>desmoralizadoras</i>, que nos preparem para o mundo tal como ele é, e não tal como o imaginamos, toldados pelo enamoramento e a esquizofrenia. Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4671331910689393384.post-1348633151330779502015-02-17T04:27:00.002+00:002015-02-17T04:27:31.759+00:00Que los buenos perdieron<iframe width="420" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/3wYMkdjP2bE" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4671331910689393384.post-5455658938008341802015-02-17T03:46:00.002+00:002015-02-17T20:09:59.440+00:00Uma lei da naturezaNo <i>Anticristo</i>, Nietzsche explica que a compaixão é o contrário da <i>selecção</i>. Além disso, a selecção é uma lei da natureza, enquanto a compaixão é uma fraqueza que a ideologia erigiu em virtude. Parece-me que é por isso que as <i>palavras</i> podem defender a compaixão, mas os actos escolhem quase sempre a selecção.Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4671331910689393384.post-89646550587717182262015-02-16T21:46:00.001+00:002015-02-17T03:09:21.933+00:00ConsultasÀ minha frente no comboio, um conhecido treinador fala ao telefone. O tom é de entrevista, e não tanto de conversa, ou então de conferência, daquelas «motivacionais». Ele usa dezenas de vezes a palavra «confiança», o colectivo «confiante», os jogadores «confiantes», a «confiança» no grupo de trabalho, a «auto-confiança». Como se o futebol fosse apenas um jogo anímico. Atrás de mim no comboio, um médico, ao telemóvel, devolve várias chamadas. A maioria dos seus doentes, a julgar pelas respostas, queixa-se de coisas trivialíssimas, pingos no nariz e assim, e o médico vai dando conselhos sobre essas ínfimas e às vezes ridículas maleitas. Depois, liga à família de um doente mais problemático, deduzo pelo tom de voz. Dizem-lhe que o doente morreu. Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4671331910689393384.post-4792962575556855062015-02-16T21:45:00.000+00:002015-02-17T03:07:02.874+00:00Uma perguntaPreciso de atenção ou de autoridade?, interroga-se Rachel Cusk em <i>Aftermath</i>, cento e cinquenta páginas de «ética da vitimização» valem por esta pergunta: preciso de atenção ou de autoridade, pergunta Rachel, o que quero de um homem, o que é um homem para mim? A coragem dela está na pergunta. Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4671331910689393384.post-59019844372583813892015-02-16T21:43:00.003+00:002015-02-17T20:09:24.318+00:00Disciplina<i>Y wants to know where my cruelty comes from and why I am so wedded to it. Cruelty is an aspect of civilization, I say. Cruelty is part of power; it’s like the army; you bring it out when you need to. But all your cruelty is against yourself, he says. I laugh. He is displeased. Why do you laugh? he says sharply. I tell him I don’t have much time for the doctrine of self-love. I see it as a kind of windless primordial swamp, and I don’t want to be stuck there. What he calls cruelty I call the discipline of self-criticism.</i><br />
<br />
[Rachel Cusk, <i>Aftermath</i>, 2012]Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4671331910689393384.post-46525117616979730112015-02-16T21:42:00.003+00:002015-02-17T03:06:09.741+00:00Avisado em sonhosLembro-me de José, «avisado em sonhos», escapando à mortandade dos primogénitos. Eu nunca fui avisado em sonhos, os meus sonhos são caóticos ou selvagens, mas já fui «avisado em insónias», insónias de que sofro muito raramente, e que quando acontecem me obrigam a pensar em certas coisas durante horas, pensar sem conseguir fugir, sem distracções, horas em que me apercebo de tudo, em que vejo claramente, tão claramente como quando contamos a nossa vida a terceiros e o que dizemos faz um sentido que nos surpreende mais a nós do que a eles. Avisado em insónias, compreendi o que estava mesmo à minha frente, aquilo a que quis fugir de noite ou durante o dia, mas que a vigília involuntária, inclemente, não permite. Avisa-nos em sonhos, e é talvez por bem que nos faz mal. Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4671331910689393384.post-58737605158106143802015-02-13T00:13:00.000+00:002015-02-14T00:26:41.078+00:00Compreendi-te<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEekm62SWRFUO_K5YU2JkLYV_pDLJ1vzBZSIisisaA3Tn18vPHphyphenhyphenTcosmtxzyFz7gTjwo09da0OKaO666Qtd7eCi6HxNMH7gbWrz2h3ASBFWdMObvnu5Vc1IqgsYWq52952YLtSJZ-cU/s1600/desperate-j.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEekm62SWRFUO_K5YU2JkLYV_pDLJ1vzBZSIisisaA3Tn18vPHphyphenhyphenTcosmtxzyFz7gTjwo09da0OKaO666Qtd7eCi6HxNMH7gbWrz2h3ASBFWdMObvnu5Vc1IqgsYWq52952YLtSJZ-cU/s1600/desperate-j.jpg" height="320" width="320" /></a></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com